terça-feira, 11 de maio de 2010

Madrugada no Sertão

Na casa simples da roça
Madrugada no sertão
Galo Chico batia Asas
E cantava na escuridão
Siscava para as galinhas
Atentava as franguinhas
E acordava o seu João

O Sabiá Laranjeiras
Seguia a cantoria
No velho pé de Ipê
Um coral de melodias
Dos pássaros fazendo farra
Era aquela algazarra
Antes de raiar o dia

Junto ao fogão de lenha
Já coando o cafezinho
Severina preparava
A massa para o pãozinho
E da vaquinha fumaça
Seu João tirava de graça
O precioso leitinho

Com o dia quase raiando
Encontrava o cão guerreiro
Deitado e tocaiando
Uma Perdiz no terreiro
Que a pouco tinha caçado
Pelas margens do roçado
Como bom cão perdigueiro

Em meio às plantações
Tinha Milho e Feijão
Mandioca, Macaxeira
Hortaliças de montão
Um pomar cheio de frutas
Regado com muita luta
Pelas mão de seu João

Antes de ir trabalhar
Uma pausa pra oração
Agradecia a Deus
Pela vida e pelo pão
Mesmo longe da cidade
Escola e modernidade
Dava aula de educação

Entre a Terra e o Céu
O Sereno e Calor
Vivia o velho João
Homem de muito valor
Com a mais simples pureza
Respeitando a natureza
Assim era o meu avô

Gilberto Queiroz Maio - 2010
http://culturanobre.blogspot.com/